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Em algum lugar é meia-noite e quarenta e um


a soprano canta no meu rádio 
nesta noite vermelha e rubra 
e o céu esfolado em 
carne viva. 
mordo um palito de dentes e aspiro a 
imortalidade. 
é tudo tão razoável e tão terrível, é tudo tão 
terrivelmente razoável. 
imagine, eu nunca estive em Londres. 
fico aqui sentado com meus chinelos grossos e macios e 
medito sobre isso. 
mas não por muito tempo nesta 
noite vermelha e rubra. 
sabe, eu poderia deixar facilmente que 
os monstros tomassem meus 
miolos, 
mas uma vez que você os deixa entrar, tirá-los 
é quase 
impossível. 
agora a soprano se foi. 
agora um barítono. 
ele canta para mim sobre esta noite escura e 
negra. 
ele parece estar preso entre 
paredes vermelho-escuras. 
mudo de posição na cadeira, cuspo fora o 
palito. 
noite escura e negra. 
noite vermelha e rubra. 
meus pé caminham na poeira 
cósmica 
e a tolice 
sobrevive.

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