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Nisto



nisto, cresce a palavra de flecha;
nos dói dos pés à cabeça um simples terror
conforme andamos por uma simples rua
e vemos onde os tanques o empilharam:
rostos passam correndo, maçãs vivem com larvas
por um abraço de amor; ou lá fora –
onde os marinheiros se afogaram, e o mar
o lançou à praia, e o seu cão farejou
e correu como se o traseiro tivesse sido mordido
pelo diabo.

nisto, digamos que Dylan chorou
ou Ezra rastejou com Muss
por tênues horas italianas
enquanto meu belo cão marrom
esquecia o diabo
ou catedrais balançando no tiroteio da luz solar,
e encontrava o amor facilmente
na rua lá fora.

nisto, é verdade: aquilo que cria o ferro
cria rosas cria santos cria estupradores
cria o apodrecimento de um dente e uma nação.

nisto, um poema poderia ser ausência de palavra
a fumaça que outrora subiu para empurrar dez toneladas de aço
jaz agora rasa e calada na mão de um engenheiro.

nisto, eu vejo o Brasil no fundo do meu copo.
eu vejo beija-flores – como moscas, dezenas deles –
presos numa rede dourada. DIABO!!! – eu morri em Palavras
como um homem sob um narcótico de ralo néctar!

nisto, como azul através de azul sem sonhos de bacanal
onde os tanques o empilharam, garotões jogam bilhar,
olhos de elfo através da fumaça e na espera:
RACHA E BOLAS, ISSO É TUDO, NÃO É?

e cursos sobre literatura definitiva.



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