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O mais forte dos estranhos




você não os verá com frequência
porque onde quer que a multidão esteja
eles
não estão.

estes estranhos, não
muitos
mas do meio deles
vêm
as poucas
boas sinfonias
os poucos
bons livros
e as outras
obras.

e do meio dos
melhores
entre os estranhos
talvez
nada.

eles são
suas próprias
telas
seus próprios
livros
sua própria
música
suas próprias
obras.

às vezes acho
que posso
vê-los - vamos dizer
um certo
velho
sentado num
certo banco
de uma certa
maneira

ou
o vislumbre de uma face
que se volta em outra
direção
em um automóvel
que passe

ou
em um certo mover
de mãos
de um empacotador ou em-
pacotadora
enquanto guarda
as compras
do supermercado.

às vezes
é alguém mesmo
com quem você tem
vivido por
algum
tempo -
você notará
um
rápido e luminoso
lampejo
nunca visto
neles
anteriormente.

às vezes
você só notará
suas
existências
subitamente
em
vívida
recordação
alguns meses
alguns anos
depois que eles tiverem
ido.

lembro
de um
deles -
ele tinha cerca de
vinte anos
bêbado às
dez da manhã
olhando para
um espelho
quebrado em
Nova Orleans
o rosto sonhador
contra as
paredes
do mundo

para
onde eu
fui?





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